Prêmio Jornal Regional de 2025, na categoria Ciência e Saúde, vai para Margarete Brito da Apepi
O jornal premia, anualmente, personalidades que se destacaram na luta por uma sociedade justa, democrática e socialmente igualitária.
19/12/2025
Prêmio Jornal Regional
Edição 529
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O Prêmio Jornal Regional foi criado em 2020, e teve como objetivo reconhecer, difundir, incentivar as iniciativas bem sucedidas na região em prol de uma sociedade justa, democrática e que preserve a memória e a história de nossas cidades.
O papel de um jornal é promover a divulgação dessas ações, visando sempre uma sociedade melhor. O jornal impresso possibilita que informações não se tornem perdidas e esquecidas em meio às tecnologias. O jornal impresso é um documento.
Assim, o jornal premia, anualmente, personalidades que se destacaram na luta por uma sociedade justa, democrática e socialmente igualitária. Muitas vezes essa luta é o trabalho de toda uma vida, aliás essa é a razão da escolha de 2025. A personalidade escolhida foi a luta de toda uma vida de Margarete Santos de Brito, que, junto com o marido Marcos Lins Langenbach, transformou um problema pessoal em uma solução para milhares de pacientes de Miguel Pereira, Paty do Alferes e de todo Brasil.
A saga de Margarete e Marcos
A filha do casal, Sofia, tinha uma média de cerca de 60 crises convulsivas por mês. Depois de muita pesquisa e após testar diversas medicações, Margarete descobriu que o óleo de cannabis poderia reduzir drasticamente essas convulsões.
Sem acesso ao produto no país, Margarete e Marcos decidiram plantar cannabis na varanda do apartamento, no Rio de Janeiro, e produzir artesanalmente o óleo para a filha. Com o uso contínuo, Sofia passou de aproximadamente 60 para cerca de 10 crises por mês. Assim nasceu, em 2014, a Apepi (Associação de Apoio à Pesquisa e a Pacientes de Cannabis Medicinal).
Com a sobra da produção para Sofia, o casal começou a disponibilizar o óleo para outras mães enfrentando situações semelhantes. Logo, decidiram expandir: após extensa busca por um terreno com sol e umidade adequados, chegaram a Paty do Alferes, onde iniciaram a plantação com autorização da Justiça Federal.
16.000 pacientes no Brasil
Em 2020, a produção de Paty já atendia cerca de 900 pacientes. Hoje, são mais de 16.000 pessoas em todo o Brasil que utilizam a cannabis produzida na Fazenda Sofia Langenbach no município.
Pesquisa científica
Entre os 92 municípios do estado, Paty entrou para a história ao fazer ciência e desenvolver pesquisa em cannabis medicinal, contribuindo para reescrever a história da planta no Rio de Janeiro e no Brasil.
Atualmente, a Apepi de Paty do Alferes mantém contratos de parceria com algumas das maiores instituições públicas de pesquisa do país, como FIOCRUZ, UNICAMP, UFRRJ e IFRS.
Sonho
O sonho da entidade agora é transformar os laboratórios da Apepi em um parque tecnológico voltado ao incentivo à pesquisa. Para Margarete, a produção do tomate e da maconha guarda diversas semelhanças ? especialmente em relação ao clima, à terra, à umidade e à quantidade de sol. "Queremos que a Apepi se torne um modelo a ser replicado no Brasil", afirma Margarete.
